Ninguém sabe dizer o que se passa no coração de quem sofre. Assim como o amor, o sofrimento é indescritível, podemos observar, procurar inferir com conceitos e palavras, mas, por ser sentimento, não há como descrevê-lo ou assimilá-lo em sua intensidade e complexidade. No máximo, o que ainda oferecemos é o ombro amigo, o abraço fraterno e a inspiração da esperança através do amor.
Muito que aqui escrevo, apesar de simples, se encontra tão distante de algumas pessoas. Certamente, posso ser utópica, idealista... Mas, assim prefiro ser vista por crer que todos, por maiores as dificuldades que ainda enfrentamos, caminhamos sempre em um processo evolutivo que nos proporcionará à compreensão de nós mesmos e, em conseqüência, a dos inúmeros seres que conosco convivem.
Prefiro ainda ser considerada utópica a crer no “nada”, disseminar tristeza e alimentar a dor, o ódio e a descrença. Ao contrário do que alguns amigos pensam, não sou uma profunda conhecedora da alma humana, busco conhecer-me através dos sentimentos que extravasam e que não os nego. Pontuando generosamente os inúmeros obstáculos que ainda me empenho em vencer, fazendo da prece o caminho, da confiança a espera, das lágrimas o alívio, da dor a fortaleza e das palavras o lenitivo que acalma a alma em desenvolvimento.
Publicado no Recanto das Letras em 17/11/2010
Código do texto: T2620277
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