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Mostrando postagens de março, 2010

A VIDA NÃO PARA ENQUANTO VOCÊ LAMENTA

      Não é possível entender todos os desígnios de Deus para nossa jornada evolutiva. Travamos batalhas internas, desbravamos caminhos. Desgastamo-nos, lamentamos imprecisas dores e, quando nos damos conta, eis que sabiamente, a vida nos permite e determina o lugar necessário. A situação inusitada que tanto repudiamos e que, no entanto, torna-se imprescindível.      Um erro de outrem, milhares de esforços para que tudo volte a ser como antes e, a impotência diante do que queremos e o que podemos.      Certamente, muitas vozes, minimizam nossas dores, na busca do consolo que só pode existir, dentro de nós mesmos. E nos deparamos assim... Rompendo novamente todas as entranhas para renascer. Para permitir a vida, instituir a alegria onde antes só se via dor e cansaço!                                                   Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 23/03/2010 Código do texto: T2154018

ESQUEÇA

É fogo o que queima. É perda para que os ganhos anteriores continuem a existir. É fato se contrapondo ao desejo É medo. O que poderia ter sido, não será. O que deveria ter dito, cala-se. Segrego que se carrega ao túmulo. Não se faz necessário perder o corpo Para a extinção da vida. Basta que se tenha em mente o dever. Sobreposição ao prazer. É ninho, reclusão injusta. É luta. É ato afastar-se o tato. É saudade. O que agora invade Senão é dor, Nomeie É justo que o mundo siga. É lida. É fato que o sonho adormeça. Esqueça! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 21/03/2010 Código do texto: T2151085

De quantos sonhos se faz uma vida?

Adormecidas ficaram todas as ilusões da infância. E quais seriam esses devaneios Senão o desejo de felicidade? Eram poucos, porque pouco conhecia. Acreditava em uma alegria descomplicada Onde o material residia em outro plano. Há ventura? Descoberta de novas brincadeiras. Amigos e travessuras Um mundo tão próprio Que merecia ser personalizado. Era despertar, descobrindo. Adormecer, imaginando. Viver, brincando! Brincando de sentir. Brincando de esperar. Brincando com as dores que não percebia. E crescia... O jogo, a boneca, a pipa. Mas, o mundo pedia: Cresça! E sonhava... Como se desejasse adolescer Presumindo não enrijecer a alma. Quando criança não havia tempo, Nem drama, nem trama. Era o sentir, Ser... O dizer espontânea e simplesmente. O que sente... E vem a vida... Implacavelmente desperta. As lágrimas já não encontram colo. As dores passam a ser intensas. As ilusões... Essas, quando se dá conta... Perdem-se

Reflexão feminina

REFLEXÃO FEMININA      Sabendo-me mulher, feminina, com ares de menina. Longe de ser carente... presente, independente e envolvente. Educada rigidamente para servir amando, entre mulheres fortes demais para se libertarem sem culpa. Que me perdoem as feministas, nossa independência não passa de uma prisão de segurança máxima.      No discurso da igualdade, nos esquecemos de que biologicamente e psiquicamente somos diferentes. Sentimos, pensamos, falamos e agimos diversamente. Habilidades próprias, natureza enraizada. Negar a diferença seria como negar a essência. Instalar conflitos, não se permitindo Ser.         Nos momentos de reflexão e cansaço, onde a sobrecarga deixa vir à tona a fragilidade, questiono e investigo as perdas e ganhos que tivemos.     Perdas de identidade, submersas à ausência de afeto. De um lado, uma mulher plural que assume responsabilidades e deveres e acumula afazeres, dores e solidão. Do outro, homens também perdidos, antes mantenedores, senhores rígi

Uma mulher especial!

Se me fiz mulher, humana, e mãe. Se me valorizam e admiram Se na vida encontrei meu espaço Vivenciei a fé. Atravessei barreiras quase intransponíveis Aprendi o sentido do amor Essência de vida e da vida! Foi porque me deste a vida! Recebeste-me em teu ventre. Aparaste minhas arestas Ensinaste-me a viver plenamente. Seus exemplos... Seu amor... A força que vertia de cada palavra. Cada gesto, Movimento que fazias Quando a vida lhe oferecia dores. Mãe, Mulher... A você meu respeito Amor incondicional e eterno. Terno... Gratidão de me saber ser quem sou Porque me amas! Porto seguro, colo... Alento para as dores... Tradução de força, fé e ânimo. Consola com os olhos Orienta, calma e sutilmente. Corrige sem reprimir A você... Todo o meu amor! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 08/03/2010 Código do texto: T2126268

EU QUERO AMAR...

Eu quero amar E no amor ser aceita Não doar mais do que recebo Não ser julgada pelo o que eu disser Somente e simplesmente amar Livre de preconceitos Desprendida de verdades Acolhida, tal como sou. Eu quero amar E no amor ser liberta Não ter que mentir para agradar Nem afirmar que gosto Se na verdade não quero. Só e felizmente amar! Como determina o Amor! E se me oferecerem o oposto Da simplicidade, da verdade, do Ser. Se não me aceitarem tal como sou Pedra bruta a ser polida com verdades e afetos Prefiro vagar procurando E enquanto busco Transformar o amor que em mim vive Em um mar coletivo de amizade Sentimento que conforta Cresce e multiplica!

Incertezas traduzidas em caminhos

Não há certezas...   Estamos todos a mercê do acaso. Hora nos sentimos no leme de nossas vidas. Outras, sentimo-nos conduzidos, e apesar de forçarmos a rota, o esforço é inútil. Seguimos a ermo em direção oposta. Adaptamos desejos e sonhos à jornada e, quando nos damos conta, eis que descobrimos que de fato esse era o curso. Quem sabe consumiríamos menos tempo e energia, nos sentiríamos menos cansados, se aceitássemos os fatos, permitindo-nos à direção dos ventos? Quem sabe poderíamos aprender mais, observando o movimento aleatório, nos sentido parte dele? Entregando-nos conscientes e não sem luta ao que nos oferece a Vida! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 05/03/2010 Código do texto: T2121139

Chuva dentro de mim

Chove lá fora e o barulho que escuto seria o mesmo que sairia de mim se lágrimas tivessem som. Há na chuva conceitos que permeiam a vida. Causam destruição quando excessivamente caem, trazem a renovação, a germinação e a história! Lá fora, posso sentir a dor de quem por ela sofreu e a alegria da natureza que já a esperava. Dentro de mim, a vida pede renovação e a dor ainda insiste em estacionar sentimentos que de tão reprimidos e negados têm a força de intensas tempestades que não deixariam pedra sobre pedra. Há lá fora o que ainda me falta. O grito, o basta, a liberdade dos pássaros que se recolhem, mas não sem vida, sem a esperança, sem a certeza que o dia de amanhã virá o renascer, o Sol. Há a nostalgia de não ter dito somente o necessário, de não ter separado delicadamente os sentimentos que tão bem conhecia, de não ter deixado ao acaso os que não me seriam valiosos, de não ter me permitido amar como se demanda a vida.