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Mostrando postagens de setembro, 2015

Lições do tempo

Sempre sentia falta do corpo que lhe aquecia a alma, dos braços que a envolviam sem pressa, do sorriso que se traduzia em perspectiva. Sentia a ausência da voz sincera que lhe falava de amor e dos espaços preenchidos que autorizariam saudades eternas. À noite, quando entregava seu corpo ao tálamo, apertava as cobertas e permitia que as lembranças viessem sem nenhuma restrição. Era o tempo de sonho e, por muitos dias, esperava a chegada do crepúsculo para entregar-se à fantasia de pertencer a alguém. Inspirada pelas lembranças, tão expressivamente demarcadas na alma, contava às cicatrizes que o tempo se encarregou de fechar. Muito de si já não existia, fora necessário o abandono para que a vida prosseguisse da forma que deveria ser. Dos poucos sonhos que ainda permaneciam, manteria a serenidade e a convivência leal com os anseios de paz interior. Ao olhar, confiaria a verdade... Distante e melancólico, seria disfarçado em delicado sorriso, transporia a alegria sofreada que aos poucos

Paz e bem

Estamos vivendo um momento de crise sem precedentes. Não é apenas uma crise financeira, convivemos com uma crise existencial onde a humanidade se dá conta dos valores éticos abandonados em busca de um materialismo frágil e superficial. Guerras, fome, desabrigados, violência e desamor... O medo nos assombra e muitos ainda creem no término da humanidade. Com o olhar de quem acredita na evolução do ser, compreendo que todos estamos recebendo um chamado de amor, um despertar... Uma forma de nos reencontramos a essência Divina adormecida, de nos redescobrirmos. Momento em que nossas preces precisam abandonar o individualismo e favorecer o equilíbrio da energia que circunda toda a órbita terrestre. Corrente de fé e otimismo que deve emanar de todos os que creem no Evangelho como luz redentora e libertadora. Enquanto o bem for tímido, o mal prevalecerá. Se cada indivíduo conseguir policiar seus pensamentos, palavras e atitudes contribuirá para que o nosso Planeta se transforme em um mundo me

Das ilusões perdidas...

Contradições

Já não tenho tempo a perder... tenho urgência de vida! Não é a felicidade plena que busco Nunca sonhei excessivamente e nem desejei muito. Fantasias só me encantaram na infância. Sei que pessoas falham Que esperar do outro o que desejo É despertar expectativas que certamente serão frustradas Que muitos apenas falam e não ouvem. Que quem pensa não errar acredita em uma pérfida verdade. Sei que silêncios são imprescindíveis Mas, guardar opiniões e disfarçar pontos de vistas. È sobrecarregar a alma de palavras que precisam ser expostas. Enfermando-se lentamente, reduzindo-se a uma dissimulada anuência. Presumo que sei o que desejo... Mas, a vida sempre me convida a novas fatos. Uma insensatez saudável, que quando se ausenta. Impede-me o raciocínio contraditório e incoerente... Aquele que acirra minha capacidade criadora. Gosto de flores, de amores, de sonhos... Gosto do ingênuo, do autêntico, do inadmissível... São dessas vontades, incongruentes e

Instantes

Descobriu-se órfã de si mesma, abandonou os anseios, querências, destitui-se dos bucólicos sonhos e vestiu diariamente a incômoda roupa de viver. Foi tocando os dias... Mesmice que aos poucos já não alimentava, sufocava. Suas dúvidas guardadas em caixas veladas, segredos inconfessáveis... Já não sabia mais o que sentia e tão pouco traria ao rosto aquele sorriso desatinado e insano de quem se entrega aos sabores da vida. Tudo fica muito circunspecto quando nos deixamos conduzir por encargos e estacionamos culpas sem nos darmos conta que nem todas são nossas. Amanhecia, entardecia, anoitecia e entregava-se ao sono com a esperança de sonhar... Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Passatempo

Representações

No espaço de tempo em que me dedico à escrita, estorno sentimentos confusos, desconexos e incompreendidos. São radiografias de uma alma antiga, acostumada ao simples, bradando por libertar-se da escravidão dos dias. Ando me perdendo...  O automatismo dos dias impede-me o pensamento. O excessivo labor, a administração inadequada do tempo, a irrelevância de ações que nada acrescentam. Dormir, acordar, correr, obedecendo a horários e regras, rotina... Reprimida, alma sonhadora e aparentemente serena, parece inflar lentamente até que não caiba dentro de si e imploda. Não é fato consumado, é sentir descabido que alerta que há muito a se viver! Cabem-nos as escolhas...