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Por bons dias

Se a caneta não lhe serve como forma de expressão, há algo errado com os contornos de sua alma que não mais percebe a extensão das entrelinhas. Oculta, resguarda resmungos, contradições e desejos. Em que ponto perdeste a fantasia? Em que esquina depositaste a esperança? E os devaneios de amor? Aqueles que alimentavas com simplicidade e desvelo. São incógnitas, dúvidas desarticuladas que não encontram nexo, que se estendem e arrocham os pensamentos. Mais interrompem do que buscam. Sintomas de maturidade ou devaneios de um coração que se recusa a sonhar. Pesados questionamentos que arrastam as fantasias. Do que se deve, ao que se pensa querer; do que se vive ou pretende-se viver. Pontos de ebulição prestes a explodirem Se a caneta não se presta a escrita, o teclado não lhe atrai, silencie. Observe o que não lhe serve, desocupe espaços , deposite o que não lhe cabe, o que lhe sobrecarrega à beira da estrada. Esforço empreendido para mais leve prosseguir, conduzindo apenas o lhe pertence.
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Cotidiano...família

Cotidiano... família Já era tarde, cheguei do grupo de estudos, meus filhos ainda estudavam... os beijei, disse o quanto estava com saudade, o quanto os amava. Um deles, fazia uma produção de texto. Estão se preparando para o PISM E ENEM. Na minha visão de educadora, uma agonia. Começam   aos quinze anos e, três anos depois, têm que definir profissões e caminhos. No caso deles, não têm vida social, pararam a atividade esportiva que faziam e estudam muito. Chega o momento de decidir, as dúvidas surgem e, além dos conflitos normais da idade, absorvem discursos que os estimulam à concorrência e a ideia de que, se não passarem perderão anos de investimentos pessoais. Insisto em afirmar que o conhecimento que se adquire é o que realmente conta. Me sentei ao lado dele, estava chateado. O computador fechou,   pensava haver perdido tudo o que escreveu. Busquei tranquilizá-lo,   certamente o texto foi salvo automaticamente. Desligamos o notebook, religamos e fiquei esperando. Demoro

Caminhos...

Tenho traços demarcados pela história. Vida cumprida, comprida e repleta de memórias. Meio século e quase dois anos de registros. Alguns, fiz questão de esquecer... depositados no inconsciente, permanecem, existiram... mas, já não fazem parte das páginas de vida que insisto em escrever todos os dias. Outros, preexistem e, vagarosamente tomam forma. Amadurecendo, percebo nuances e sentidos. A solidão já não assusta, assunta. As palavras e ideias, antes sem sentidos, traçam caminhos... não os temo, já compreendi que há o inevitável. Aceito e luto... transformo e transformo-me... Assim sigo. Refletindo com generosidade minha face nos espelhos da vida... não mais tão jovem, nem mais tão bela... definitivamente, mais intensa. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

De Ser Mulher...

Me desculpe, “Senhor”! Trago manias de sentir tão antigas quanto à existência da primeira de mulher que habitou a Terra. São manias de servir, intuir, amar, doar e viver por anos no anonimato, permitindo que você pensasse ser o mais forte. Ser coadjuvante exercendo o papel principal, é algo em que me especializei. Permiti que os fatos históricos fossem contados e me dispus a observar, de maneira que vossa senhoria figurasse como o primeiro e mais importante.   Ofereci a impressão de que estava atrás, de que as decisões eram todas suas, de que tu sustentavas o eixo de uma engrenagem que sempre exigia mais do que força física e razão. Pura impressão... Quando resolvi não mais ficar na posição de alguém que espera ser salva, porque na verdade o lenitivo comigo estava. Gritei, lutei, fui para as ruas e, o silêncio do conformismo (na verdade, expresso nas lutas de inúmeras mulheres que construíram a história) foi trocado pelo desejo de igualdade. Era somente isso que desejava. Nunca de

Respeito

Tem gente que esquece... Opiniões são formadas através daquilo que absorvemos do meio, da mídia, dos livros que lemos, das músicas que ouvimos, dos filmes que assistimos, das relações que estabelecemos, enfim, de tudo que nos interessa e nos chama a atenção. Formamos pontos de vistas pessoais e intransferíveis. O que verdadeiramente se transfere são exemplos de conduta.  Assim também, pensam que a heterogeneidade não existe. Pensamentos diferentes são repelidos e repudiados. Erguem estandartes, gritam e protestam...   Aqui ou em qualquer circunstância de vida, guardo minhas INCERTAS CERTEZAS para mim. Pode ser que daqui a pouco esteja pensando de forma diversa. Isso é saudável, denomina-se EVOLUÇÃO! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

O Ser e a dor

Esperança! É o que ainda nos mantém. Carregamos questões e problemas, vivemos atordoados por um mundo que nos pede pressa. Rapidez que convoca o imediatismo, que nos distancia do próximo mais próximo, que encarcera oferecendo o vazio, períodos intermináveis de solidão... Mais sensível, perceptiva, emotiva e reflexiva, tenho desacelerado me desconectando um pouco da tecnologia, observando poeticamente as situações pessoas que antes apenas passavam. Percebo dor... olhares tristes e perdidos. Excessivos sorrisos que não correspondem ao que se passa no interior, necessidade de afeto, de escuta, de atenção. Miséria material e espiritual que vai se conduzindo de forma intensa e não nos damos conta do quando podemos fazer. Cegos, reclamamos demais... e vivemos ilhados em nossas questões pessoais. “A dor pode bater na casa do vizinho”, mas... em nossa casa, nós não a merecemos! Estamos como quem acredita que Deus auxilia que seu time ganhe. Com tantas questões no mundo, por que Ele perd

Quase dezembro...

Quase dezembro... O tempo se mostrou implacável. Tenho a impressão de que a vida segue mais rapidamente. Penso que essa sensação pode estar relacionada à idade em que me encontro. Ainda não adquiri serenidade suficiente para desacelerar e, o esforço que empreendo para perceber os sinais da vida, amenizam as expectativas e ansiedades, porém, estou distante da placidez que almejo. Pesquiso formas de conduzir o caminho sem pressa, observando dificuldades internas que precisam se r elaboradas, passados que devem somente ser lembrados, expectativas que necessitam de simplicidade. Os fatos conduzem a realidade e instigam-me a reflexão. O quadro pouco otimista, os discursos negativos, a insistência do mal que parece sobrepor ao bem... O futuro... Da humanidade, dos meus, dos seus... O desalento. Tempos difíceis! No entanto, essa chama de luz que me envolve, que envolve a todos que creem... Sustenta-me, afiançando-me que o acaso não existe, que não há mal que persista para sempre, que se c

Educação, formação e violência

                Não sei o que dói mais... Há tanta violência registrada diariamente. Atitudes insanas que despertam medo e semeiam dor. Sem generalizar, me pergunto o que anda acontecendo. Pessoas que se deixam dominar pela insensatez, tirando vidas, destruindo famílias inteiras (as delas e as das vítimas), espalhando terror, disseminando padecimentos. Ouso pensar que estamos colhendo conceitos distorcidos de uma educação permissiva e omissa que se enganou ao presumir que crianças não podem se sentir frustradas, não devem receber o “não” como resposta, precisam ser atendidas em seus anseios de forma imediata e integral. E que assim satisfeitas, não necessitam de atenção, diálogo, proximidade e carinho. Completo desrespeito pelo próximo.  Palavras que ferem, atitudes que humilham e instigam a crueldade, tudo isso usado com uma naturalidade brutal, associada à disposição da mídia em divulgar o mal.                 O nó na garganta, a dor no peito, o medo de que um dia tudo isso bata e

Razões do amor

O que amas? A máscara que tão bem nos serve Atendendo as expectativas exigentes do teu coração? As palavras que não são ditas Buscando amenizar conflitos, invalidar desejos, abrandar sensações? Amas o que lhe confere O “bem” que tu pensas experimentar, Silenciando os que ao teu redor se encontram? Amas a farsa de uma vivência infeliz e tênue Mirando apenas o que lhe interessa Estabelecendo limites e condições para sentir-se vivo Semeando a impassibilidade Disseminando submissão, condição e medo. Amas apenas o que lhe convém E porque assim amas Ainda estás longe de Amar...

POR QUE O DESENCARNE DE ALGUÉM QUE NÃO CONVIVIA CONOSCO TANTO NOS EMOCIONA?

Sempre digo aos meus alunos que quando levantamos hipóteses, usamos a palavra provavelmente. Aliás, penso que deveríamos usá-la em todas as incertas respostas que imaginamos ter. Quando se trata de morte, que prefiro tratar como desencarne, porque creio na sobrevivência do espírito, nossas dúvidas são ainda maiores, as reflexões são muitas e a dor, individual ou coletiva, é certeira. Não é necessário ter convivido, ser próximo ou ter amado, para que lágrimas espontâneas molhem a face e a sensação de finitude tome conta dos nossos pensamentos. O fato é que quando deixamos uma trajetória de luta e nos comprometemos com a vida, servindo ao mundo e as pessoas, semeando nos corações daqueles que se espelham em nossas palavras, posturas e pensamentos, deixamos saudade. O mundo anda sentindo falta da integridade, da alegria, da honestidade, da simplicidade e da fé e, quando pessoas que resistem na aplicabilidade desses sentimentos e comportamentos seguem para o outro plano, deixam um