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Mostrando postagens de setembro, 2016

Pensamentos

Já não sei dizer se a tecnologia trouxe o vazio, como alguns afirmam, ou...  Se esse vazio já existia e as pessoas condenaram a modernidade por não aceitarem a confusão interna e a solidão em que se encontram.  A busca de uma felicidade eterna e desenfreada, o estar sem ser, a descomedida aquisição material, o falta de cuidado com o que se adquire (os descartáveis)... A transferência doentia de parceiros... Estamos nos esquecendo de que relacionamentos exigem cuidados, que a perfeição é algo inatingível, que nossas ilusões podem adoecer quando realidade é o que nos sobra. Hoje, me sinto ultrapassada... Valores enraizados parecem não fazer nenhum sentido, anseios de simplicidade parecem tão ou mais distantes que a aquisição de um bem material de altíssimo valor. Confesso que algumas vezes, já não consigo emitir o mesmo brilho no olhar, que o sorriso anda meio desvanecido e por alguns momentos, sinto-me uma estrangeira que parece não se fazer entender. Contudo, estou farta de esperança.

Abstrato

As pessoas não são somente o que desejam ou o que delas desejamos... Toda história para se romper exige maturidade e labor. Não se recomeça um caminho, alastrando estilhaços de mágoa e dor. Quanto mais ponderado se é... Mais se reflete! Quanto mais se ajuíza... Também se consome... Promessas de mudanças internas são vagas, quando o “homem velho” ainda controla o inconsciente. Qualquer brecha... É ele que insurge... E quem observa, tem a impressão que todo esforço foi em vão. Essa abstração de uma poetisa pensativa Perdida em ambíguas reflexões habituais Apenas reflete as arestas da vida... Vida de quem verdadeiramente existe Infere, discorda e distraí... Admitindo que o caminho prossiga Semeando canteiros de flores Molhando-os com suas lágrimas Alimentando-os com seus anseios. Tecendo um verídico desfecho De quem crê que para todo destino há um eixo. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Ciclo de vida

No centro de um jardim, rosa rubra Imponente e impotente diante da realidade Ornamentava o espaço que ocupava Exalava perfume, alimentava os olhos. Espinhos nunca a incomodaram Habituou-se... Compreendendo-os necessários, Entendeu que a protegiam Na manhã fria, gotas de orvalho Umedeceram-lhe as pétalas Aquecida por uma luz que não compreendia Permitiu-se conduzir-se pelo vento. Floresceu o quanto pode Perfumou o quanto quis Serviu... nada esperou... Observou suas pétalas frágeis Sofrerem a ação do tempo... do vento... das circunstâncias. E entregou-se a um interminável e inevitável ciclo de luz! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Diversidade

O que você nunca pode...  Outros fazem... Limites são impostos por nós mesmos. Classificações são visões restritas de uma realidade diversa Enquanto você reclama... outros caminham... Oferecem-se a luta, enfrentam obstáculos. Desconhecem impossibilidades Diante do inevitável...  Recria-se. Ultrapassam-se limites... Não os reconhecem.  Diante da vida... apresente-se vivo! Ofereça sorrisos, enriqueça caminhos. E se por despeito o preconceito lhe visite Convide-o a seguir evoluindo A cada ser vivo, matéria devida. O que se parece é o ínfimo do que se é A alma que grita presa, retida. Só resplandece nos que ornamentam a vida de luz. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer