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Desaposentar

Recuso-me a aceitar o rótulo! Não sou alma que se prende a passado e muito menos que se presta à estagnação, nasci para servir o mundo e, sigo cumprindo a missão ínfima de semear. Passados os anos de aflição e, certa de que novas tormentas ainda virão, alimento a serenidade que me conduz a paz, senão a desejada, ao menos almejo incertos caminhos de reconstrução sem nenhum receio. Desaposentar é a meta! Condição adversa imposta pelas circunstâncias, o rótulo de sentir-se aposentada aos quarenta e três anos de existência não me serve. Portas fechadas quando não podem ser abertas, precisam ser deixadas para que a vida volte a acontecer. Se é que em algum momento desse caso, sem nenhum acaso do destino, senti o reverso de todos os anseios que tinha, recrio a trajetória com ares de recomeço acreditando em cada porta entreaberta que se dispõe no caminho. Não pode ser um erro médico e a perda parcial de um sentido a estagnação de todas as possibilidades de evolução de um Ser. Compreendo hoje, que a decisão é sempre nossa, neste caso minha. Seguir ou não, aceitar ou lamentar, parar ou permanecer lutando sempre dependeu da minha vontade e, faço opção pela busca. Compreendo que a felicidade está aonde a depositamos e, revezes são formas indefinidas de crescimento. Desaponsentado-me observo melhor e com mais maturidade os fatos que marcaram, mas, que nunca determinaram minha história. Daqui em diante sigo alimentando sonhos, algo nato em minha personalidade sensível e contraditoriamente firme. Descobri entre os escombros à importância definitiva do trabalho e redireciono minha energia para que a desaponsentadoria continue fluir naturalmente, não sem esforço. A paciência, a resignação e a coragem têm permanecido como principais rogativas das preces que faço ao Senhor da vida, fé raciocinada que me acompanha e que, por vezes, assombra quem a percebe. Nada ao acaso... Tudo no seu tempo... Floresça aonde for plantado!

Wanderlucia Welerson Sott Meyer 

Comentários

Gratidão

Certezas de Amor

Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!

Amor maduro

Será preciso tempo para regenerar as lesões provocadas pelo desvario dos sentimentos. Não é possível afirmar se era amor de fato. Serviu como alento enquanto próximo estava. Agora, que apreende e absorve palavras proferidas sem nenhum compromisso estreito com a verdade, analisando frases soltas e atitudes contraditórias, percebe-se claramente a ineficiência das palavras que não condizem com a verdade. Realidade tão intensa quanto a fugacidade dos anseios de porvir. Confia cegamente na maturidade que se adquire, grata pelo aprendizado rápido e eficaz de que o amor, de fato, só existe nos atropelos da convivência, no encontro dos desajustes, no sentir mesmo nas turbulências, na expressão de respeito pelo que se é. Constância inconstante de emoções indefinidas e necessárias. Amadurecimento vagaroso determinado por momentos de desordem interna e externa. Cumplicidade que se expressa apesar dos enigmas e contradições de seres opostos que jamais se completam, apenas evoluem entre possív

Caminhos dicotômicos

Não lhe diria verdades, nunca as conheci. Tampouco desfecharia os inúmeros sonhos inconclusos que permaneceram latentes enquanto pensávamos estar no caminho. Nunca saberíamos se as estradas que escolhemos e as trajetórias que fizemos foram realmente escolhas. De fato, pouco valeria lastimar e fazer conjecturas. Basta-me a realidade detectada pela pupila dos olhos teus e meus, sentida na pele como distante toque etéreo. Adormecida, enquanto em vigília presumes e anseias o que jamais viverás. Reformulas vontades, despertando sorrisos que se encontram longe de ser o que desejas. Não seria lamento, apenas dúvida, suspeita de equívocos... Desconfiança de que, se os caminhos não fossem bifurcados e dicotômicos, se os desejos não fossem imaturos, ainda estarias ao meu lado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer