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Ao som de Tom...

Ao som de Tom que é pura melodia em uma sintonia única com a natureza, escrevo. Nada de concreto, de absoluto. Assim tem sido os caminhos por onde passo nos últimos tempos, instáveis... Ocasiões regidas pelo som que transborda da alma, ocasiões silenciadas por soluços e lágrimas, conduzidas pela solidão. Não, nada mais me apavora! Aprendi a “Ser” além das circunstâncias, adversidades e pessoas. A perceber o que ninguém vê. A sentir além, ansiando sempre pelo recomeço. Sou o espaço entre o passado e o futuro... O anterior vivido dentro do possível, o posterior entregue, não sem o devido esforço, à condução Divina. Não, não me entreguei ao acaso, ao contrário, refaço corajosamente todos os alicerces que se rompem e atiro-me à “Vida” na certeza de que assim procedendo sigo como tronco de árvore abatido que resplandece em novos brotos e multiplica-se. Ao som de Tom inspiro-me! Não sei descobrir como ele, os sons dos pássaros, distinguir notas e absorver melodias. Na tentativa de sorvê-las, entrelaço palavras, distribuo retalhos investigando o admirável, modesto momento onde me entrego a escrever.
Wanderlúcia Welerson Sott Meyer
Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2011
Código do texto: T2793011

Comentários

Gratidão

Certezas de Amor

Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!

Amor maduro

Será preciso tempo para regenerar as lesões provocadas pelo desvario dos sentimentos. Não é possível afirmar se era amor de fato. Serviu como alento enquanto próximo estava. Agora, que apreende e absorve palavras proferidas sem nenhum compromisso estreito com a verdade, analisando frases soltas e atitudes contraditórias, percebe-se claramente a ineficiência das palavras que não condizem com a verdade. Realidade tão intensa quanto a fugacidade dos anseios de porvir. Confia cegamente na maturidade que se adquire, grata pelo aprendizado rápido e eficaz de que o amor, de fato, só existe nos atropelos da convivência, no encontro dos desajustes, no sentir mesmo nas turbulências, na expressão de respeito pelo que se é. Constância inconstante de emoções indefinidas e necessárias. Amadurecimento vagaroso determinado por momentos de desordem interna e externa. Cumplicidade que se expressa apesar dos enigmas e contradições de seres opostos que jamais se completam, apenas evoluem entre possív

Caminhos dicotômicos

Não lhe diria verdades, nunca as conheci. Tampouco desfecharia os inúmeros sonhos inconclusos que permaneceram latentes enquanto pensávamos estar no caminho. Nunca saberíamos se as estradas que escolhemos e as trajetórias que fizemos foram realmente escolhas. De fato, pouco valeria lastimar e fazer conjecturas. Basta-me a realidade detectada pela pupila dos olhos teus e meus, sentida na pele como distante toque etéreo. Adormecida, enquanto em vigília presumes e anseias o que jamais viverás. Reformulas vontades, despertando sorrisos que se encontram longe de ser o que desejas. Não seria lamento, apenas dúvida, suspeita de equívocos... Desconfiança de que, se os caminhos não fossem bifurcados e dicotômicos, se os desejos não fossem imaturos, ainda estarias ao meu lado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer