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Consciência Política

Chegam a me dar náuseas as palavras e promessas que escuto em períodos eleitorais. Não sou nenhuma especialista em política, mas, sinto-me ofendida com tantos discursos elaborados, feitos para ludibriar e confundir o eleitor. Gestos, palavras e frases feitas que são cuidadosamente pensadas para acreditarmos no impossível, a postura honesta e íntegra de representantes legítimos.
O que talvez mais nos angustie é a visão de que antes acreditávamos em mudanças e lutávamos por elas, atualmente, nos “acostumamos” a rir e fazer piadas de uma situação imoral, onde a honestidade pode ser traduzida em montagens muito bem elaboradas que têm o objetivo de forma opiniões a respeito de pessoas que nem sempre dizem o que querem dizer.
Quantas inverdades, quanta ofensa quando candidatos proferem palavras de deveres como se favores estivessem fazendo. Salários que nos ofendem e, duvido que se esses Senhores e Senhoras, não vislumbrassem o enriquecimento através da política e se, o exercício de cargos públicos não fosse tão bem remunerado, teríamos tantos candidatos.
Os mesmos discursos tão distantes das práticas usurpadoras e individualistas de pessoas que dizem representar o povo. Não quero ver nem ouvir aquilo que não farão, não quero ser cúmplice de descompromissos, onde pessoas que se comprometem com o povo, exercem o poder público sem nenhuma dignidade.
Onde estão os bons, íntegros e verdadeiros políticos? Preciso acreditar que existam!
Faço parte de uma geração que alimentava de ideais e ideias. Não aceitávamos discursos demagogos, nossos candidatos de então falavam a nossa língua. Existiam partidos políticos definidos, posturas. Não se trocava de Partido como quem troca de roupa de acordo com a “estação”, de acordo com os interesses individuais que sobressaem aos interesses públicos. Acreditávamos na integridade dos discursos que expressavam verdades e inspiravam a esperança.
Recuso-me a ver falsos sorrisos de bondade que depois se transformam em deboche. Não suporto mais ouvir discursos que não condizem com as ações. Parecem mesmo fantoches que apenas dizem o que lhes falam, com um só interesse, seu próprio interesse.
Hoje, me parece que vendo um programa eleitoral, antes de sentir-me esclarecida e informada, sinto-me induzida à alienação. E preciso acreditar, pois tenho família, filhos... Não espero heróis, não precisamos deles, todos somos.


Wanderlúcia Welerson Sott Meyer
Publicado no Recanto das Letras em 18/08/2010
Código do texto: T2444774

Comentários

Gratidão

Certezas de Amor

Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!

Amor maduro

Será preciso tempo para regenerar as lesões provocadas pelo desvario dos sentimentos. Não é possível afirmar se era amor de fato. Serviu como alento enquanto próximo estava. Agora, que apreende e absorve palavras proferidas sem nenhum compromisso estreito com a verdade, analisando frases soltas e atitudes contraditórias, percebe-se claramente a ineficiência das palavras que não condizem com a verdade. Realidade tão intensa quanto a fugacidade dos anseios de porvir. Confia cegamente na maturidade que se adquire, grata pelo aprendizado rápido e eficaz de que o amor, de fato, só existe nos atropelos da convivência, no encontro dos desajustes, no sentir mesmo nas turbulências, na expressão de respeito pelo que se é. Constância inconstante de emoções indefinidas e necessárias. Amadurecimento vagaroso determinado por momentos de desordem interna e externa. Cumplicidade que se expressa apesar dos enigmas e contradições de seres opostos que jamais se completam, apenas evoluem entre possív

Caminhos dicotômicos

Não lhe diria verdades, nunca as conheci. Tampouco desfecharia os inúmeros sonhos inconclusos que permaneceram latentes enquanto pensávamos estar no caminho. Nunca saberíamos se as estradas que escolhemos e as trajetórias que fizemos foram realmente escolhas. De fato, pouco valeria lastimar e fazer conjecturas. Basta-me a realidade detectada pela pupila dos olhos teus e meus, sentida na pele como distante toque etéreo. Adormecida, enquanto em vigília presumes e anseias o que jamais viverás. Reformulas vontades, despertando sorrisos que se encontram longe de ser o que desejas. Não seria lamento, apenas dúvida, suspeita de equívocos... Desconfiança de que, se os caminhos não fossem bifurcados e dicotômicos, se os desejos não fossem imaturos, ainda estarias ao meu lado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer