Sorrindo como um louco, ele atravessou a rua sem observar os
veículos. Parecia estar em um estado de transe interminável. Ouvira, logo cedo,
que era sábado, era preciso aproveitar o dia. Correr, caminhar, sair... A voz
da locutora povoou seu cérebro cansado. Havia trabalhado, como sempre. Chegava
o final do mês, por ironia, o mês onde se comemorava o trabalho. Sua conta no
vermelho, seu dinheiro escasso, sua vida pobre e vazia. Aquele chamado parecia
influenciá-lo a continuar sem pensar, sem sentir... Continuar por continuar.
Passo cambaleante, olhar alheio, vazio interior crescente, demandas de vida sem
a correspondência necessária. Não chegou a terminar o trajeto. Seu corpo, caído...
Ideias confusas... Parou para descansar em plena avenida.
... Vivemos em um mundo de ditaduras. De alguma forma, de
qualquer maneira... ás vezes somos obrigados a parar!
Wanderlúcia Welerson Sott Meyer
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