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Amor maior



       Não costumo discutir fatos inevitáveis. É como contestar o que não se compreende exaltar-se diante do desconhecido e depois percebê-lo como óbvio. Como ser humano, passei por revezes que me tiraram o sono, ocasionaram dores, abalaram alicerces que antes eram considerados de sustentação. Situações de conflitos vistas como problemas e, confesso que na época os percebi assim. Se procurarmos no dicionário, encontraremos a palavra problema, descrita como: “obstáculo, dificuldade que desafia a capacidade de solucionar de alguém” ou "pessoa, coisa ou situação incômoda, preocupante, fora de controle etc.”, dentre outros conceitos. Certamente, me identifiquei, nesses momentos pelos quais passei, com o primeiro conceito. Existia uma realidade que me servia de obstáculo, desafiava a minha coragem, provocava a minha fé. Foram longos períodos de luta, resignação e persistência. Curtos instantes de entrega e exaustão. Preces sentidas, palavras opressas e uma busca incansável para me aproximar de Deus. Acredito mesmo, no Deus de amor que renova, segurança que adquiri na infância, na fé que fui interiorizando através dos olhos de minha avó. Meus filhos, nesta época, pequenos, cresceram literalmente comigo. Viram a mãe chorar, ir e voltar de hospitais, mas, em nenhum momento sentiram que eu iria desistir. Sou teimosa, obstinada. Os reunia em volta de uma mesa para ler o evangelho, como faço até hoje. Apreenderam e sentiram a fé que sustenta, os ensinei a agradecer o necessário. Lembro-me de perguntar a Deus o que ele esperava de mim e, com o tempo percebi a sutileza de Sua ação segura e paciente em minha vida. Hoje, consigo perceber outros caminhos, alicerces mais estáveis. Já não temo o que não conheço, não almejo mais do que posso e, vou adquirindo uma serenidade que por vezes me assombra. Consigo perceber o que não me cabe, distancio-me de situações que estimulam minhas tendências e cuido para que meu coração seja lapidado carinhosamente, através do amor. Amor que aprendi ser maior! Amor de partilha!


Comentários

  1. Maravilhosas palavras, que só pode vir de tão grande beleza e pureza de cor ação!!!!!!!!!!!

    Delu

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Gratidão

Certezas de Amor

Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!

Amor maduro

Será preciso tempo para regenerar as lesões provocadas pelo desvario dos sentimentos. Não é possível afirmar se era amor de fato. Serviu como alento enquanto próximo estava. Agora, que apreende e absorve palavras proferidas sem nenhum compromisso estreito com a verdade, analisando frases soltas e atitudes contraditórias, percebe-se claramente a ineficiência das palavras que não condizem com a verdade. Realidade tão intensa quanto a fugacidade dos anseios de porvir. Confia cegamente na maturidade que se adquire, grata pelo aprendizado rápido e eficaz de que o amor, de fato, só existe nos atropelos da convivência, no encontro dos desajustes, no sentir mesmo nas turbulências, na expressão de respeito pelo que se é. Constância inconstante de emoções indefinidas e necessárias. Amadurecimento vagaroso determinado por momentos de desordem interna e externa. Cumplicidade que se expressa apesar dos enigmas e contradições de seres opostos que jamais se completam, apenas evoluem entre possív

Caminhos dicotômicos

Não lhe diria verdades, nunca as conheci. Tampouco desfecharia os inúmeros sonhos inconclusos que permaneceram latentes enquanto pensávamos estar no caminho. Nunca saberíamos se as estradas que escolhemos e as trajetórias que fizemos foram realmente escolhas. De fato, pouco valeria lastimar e fazer conjecturas. Basta-me a realidade detectada pela pupila dos olhos teus e meus, sentida na pele como distante toque etéreo. Adormecida, enquanto em vigília presumes e anseias o que jamais viverás. Reformulas vontades, despertando sorrisos que se encontram longe de ser o que desejas. Não seria lamento, apenas dúvida, suspeita de equívocos... Desconfiança de que, se os caminhos não fossem bifurcados e dicotômicos, se os desejos não fossem imaturos, ainda estarias ao meu lado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer