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E por falar em amor!


É interessante como a maturidade nos auxilia na compreensão dos dias que nos são oferecidos pela vida. Já escrevi antes que nunca acreditei em príncipes encantados, tenho a ciência da incompletude do ser e da fragilidade de nossos sentimentos nesse infinito processo de evolução em que nos encontramos. Já senti paixão e permite que ela me conduzisse cegamente e, por alguns momentos de lúcida realidade compreendi que o fogo é finito e que pode nos causar grandes cicatrizes, contudo, também assimilei que é na convivência que edificamos nossas relações, que conflitos podem ser superados, que o respeito pelo outro é maior do que a avalanche de sentimentos que nos sufoca e aprisiona e, que erroneamente denominamos de amor. 
Quando percebemos que o que nos incomoda no outro é o nosso reflexo, que qualquer ser humano traz dentro de si questões mal resolvidas e que muitos de nós ainda carregamos a ilusão de que o outro pode nos “completar”, também entendemos que o autoconhecimento, o amor próprio e o rompimento da visão limitada de exclusividade do amor é o caminho para a expansão e o conhecimento verdadeiro de um sentimento que ainda não conseguimos exteriorizar, apesar de simples. 
Nosso egoísmo nos alucina e nos consideramos merecedores de todas as bênçãos, contudo, ainda pouco se faz para o reconhecimento de nossa responsabilidade em relação a uma convivência, no mínimo, saudável. O orgulho, companheiro fiel do egoísmo, algumas vezes nos coloca na posição de vítimas, revoltados, não percebemos a parte que nos cabe e trocamos pessoas como trocamos objetos. Semeamos dores naqueles que nos são próximos e acreditamos que seguimos em busca de felicidade. Como ser feliz semeando dor? 
Amar... Amor... Amado... Ama... Em profundidade não há sentimento mais nobre! Interpretado de formas diversas, desconhecido em essência. Dificuldade maior de nossos dias: exercitá-lo. Reconhecido como imprescindível. Tão próximo e tão distante... Quanto a aprender! 

WanderlúciaWelersonSottMeyer

Comentários

Gratidão

Certezas de Amor

Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!

Amor maduro

Será preciso tempo para regenerar as lesões provocadas pelo desvario dos sentimentos. Não é possível afirmar se era amor de fato. Serviu como alento enquanto próximo estava. Agora, que apreende e absorve palavras proferidas sem nenhum compromisso estreito com a verdade, analisando frases soltas e atitudes contraditórias, percebe-se claramente a ineficiência das palavras que não condizem com a verdade. Realidade tão intensa quanto a fugacidade dos anseios de porvir. Confia cegamente na maturidade que se adquire, grata pelo aprendizado rápido e eficaz de que o amor, de fato, só existe nos atropelos da convivência, no encontro dos desajustes, no sentir mesmo nas turbulências, na expressão de respeito pelo que se é. Constância inconstante de emoções indefinidas e necessárias. Amadurecimento vagaroso determinado por momentos de desordem interna e externa. Cumplicidade que se expressa apesar dos enigmas e contradições de seres opostos que jamais se completam, apenas evoluem entre possív

Caminhos dicotômicos

Não lhe diria verdades, nunca as conheci. Tampouco desfecharia os inúmeros sonhos inconclusos que permaneceram latentes enquanto pensávamos estar no caminho. Nunca saberíamos se as estradas que escolhemos e as trajetórias que fizemos foram realmente escolhas. De fato, pouco valeria lastimar e fazer conjecturas. Basta-me a realidade detectada pela pupila dos olhos teus e meus, sentida na pele como distante toque etéreo. Adormecida, enquanto em vigília presumes e anseias o que jamais viverás. Reformulas vontades, despertando sorrisos que se encontram longe de ser o que desejas. Não seria lamento, apenas dúvida, suspeita de equívocos... Desconfiança de que, se os caminhos não fossem bifurcados e dicotômicos, se os desejos não fossem imaturos, ainda estarias ao meu lado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer