Delibero que, única,
de muitas existências, embora me encontre neste século, ainda sinto-me presa
conceitualmente a velhos hábitos. Difícil me acostumar com os descartáveis.
Minha alma ainda se prende as relações duradouras, sentimentos preservados e
reconstruções. Digo reconstruções porque não compreendo como pessoas podem ser
tratadas como objetos de uso temporário, passados podem ser negados, recomeços
considerados como inícios, recusa de toda experiência vivenciada. Sou da época
em que as geladeiras e casamentos faziam bodas de ouro, não pela idade, mas
pela necessidade de acrescer, pela certeza de pertencer ao mundo e de evoluir
diariamente. Época em que o carro seguia o dono e, durava até acabar ou, não
acabava porque era conduzido e conservado com zelo, diferente do que percebemos
nas relações passageiras, onde o egocentrismo nos impossibilita a compreensão. Pessoas
não competiam, sentiam. Amizades eram para sempre e, relacionamentos faziam jus
ao nome... Convivência benéfica com seus
semelhantes, assim descreve o dicionário. Assim
como usufruímos de objetos de consumo material, todos atualmente provisórios e efêmeros,
para nossa tristeza e vazio, transferimos para as pessoas com as quais
convivemos sentimentos equivalentes. Sou antiga, fora de moda, preciso amar,
apensar e sentir saudade!
Estavas ali, sempre estivestes. Não era matéria palpável Nem ilusão temporária Fazia parte dos dias Desde sempre... Um alento nos momentos de dor Uma esperança de amor Visitava-me nos sonhos Acariciava-me o rosto Registrava-se a presença Partia... Permanecia a sensação do encontro Serenidade pretendida Essência de sentimentos duradouros Suavidade que se sente Tal brisa suave tocando o corpo Indivisível êxtase Emoções desejadas Puras, intensas Tradução apropriada de Amor!
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